quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Acalma-te

Acalma-te coração valente deixa entrar nele uma brisa leve  um vento breve  uma nuvem fofa  uma alegria sem compromisso  Acalma-te coração valente a afaga-te no colo de uma dona carinhosa e cheia de calor repleta de amor Acalma-te coração valente e saboreia um sorvete de creme no banco de uma praça ensolarada numa tarde de sábado  escuta a tua voz mais doce e olha nos olhos dela  Acalma-te coração valente e chora num peito amigo torna o teu suspiro uma longa respiração fluente convida toda a vida para nascer e ser um pequenino bebê vivo e delicado  Acalma-te coração valente descansa a tua espada de batalha teu cavalo de corridas e dorme no cuidado no ninho aconchegante da compaixão seja grande e também pequenino Acalma-te coração valente e descobre-te do manto que te esconde das fugas e mostra-te por inteiro pega a tua desconfiança e converse com ela uma prosa amiga e escuta a voz trêmula de suas queixas Acalma-te coração valente senta-te no silêncio da solidão e observa teu tempo tua vontade teu movimento despreza coisas de barulhos e gritos, deixa para trás parafernálias e desistências, segue mesmo torto mesmo errando segue errante caminhando e às vezes correndo,       mas      sempre     em frente  sempre  querendo-se  bem desejando o bem        Acalma-te coração valente e percebe que entregar-se é uma arte do silêncio é um movimento nada motor pintar todas a telas da vida com mãos de escultor que vê na pedra bruta a forma,o peso, o cheiro e a cor Acalma-te coração valente que o som no silêncio és tu.