Escrita em 1999, quando passei viver na cidade de São Paulo.
a sujeira sanguinolenta da cidade grande é um cercado sensitivo que me cerca de um estado/o concreto quente do sol batendo na
pedra a concreta carência do coração batendo a ferra/é o que toda a gente vive é o jeito tentar viver sobreviver ver andar a carroça é o jeito/gente da multidão movimentada pessoa pequena sem corpo sem cara triste amedrontada/a cidade grande é um cercado sensitivo que me cerca de um estado/é cidade cheia de diversidade pedras colônias vistas verídicas de estados de diversos estados/ surpresa! para luz que o sinistro existe/e existe para alimentar-se na cercas deste cercado criar-se / amar ou amargar? / há setas para ambos os lados / o carro vai reto e não faz curva e problemas são retos e certos / o santo de rua diz Deus o sertanejo canta e uns no outro canto grita e eu vou me acercando deste cercado vou vendo bastante vou sendo forjado / não vi tudo e não sou besta de ver e como dizia Dona Maria: Aqui acontece de tudo! Faz trinta anos que eu moro aqui, e aqui acontece de tudo, acontece de tudo, acontece de tudo ...